sexta-feira, 30 de dezembro de 2011


Vaidoso como oxum e astuto como oxossi. Vive no âmago das florestas, em clareiras à beira de rios. Grande caçador , usa ofá (arco e flecha) quando caça, e abebé (leque) em seus momentos de vaidade. Dorme nas profundezas dos rios e banha-se nele para manter a fartura da pesca.Arquétipos:
Inconstantes e indecisos, refletem o caráter dualístico da divindade.
Encontram dificuldade em situações onde é preciso se definir. Por isso, além de carinhosos, amorosos e sensuais, são alternadamente, frios e calculistas. Bonitos, orgulhosos e vaidosos; são ao mesmo tempo
Reservados e um pouco calados. Ciumentos e um tanto solitários e discretos ; são ao mesmo tempo pessoas atraentes e sedutoras.Lendas:
Um dia oxum ipondá conheceu o caçador erinlé
E por ele se apaixonou perdidamente.
Mas erinlé não quis saber de oxum.
Oxum não desistiu e procurou um babalaô.
Ele disse que erinlé só se sintia atraído
Pelas mulheres da floresta, nunca pelos do rio.
Oxum pagou o babalaô e arquitetou um plano:
Embebeu seu corpo em mel e rolou pelo chão da mata.
Agora sim, disfarçada de mulher da mata,
Procurou de novo seu amor.
Erinlé se apaixonou por ela no momento em que a viu.
Um, esquecendo-se das palavras do adivinho,
Ipondá convidou erinlé para um banho no rio.
Mas as águas lavaram o mel de seu corpo
E as folhas do disfarce se desprenderam.
Erinlé percebeu imediatamente como tinha sido enganado
E abandonou oxum para sempre.
Foi-se embora sem olhar para trás.
Oxum estava grávida; deu à luz logun-edé.
Logun edé é a metade oxum, a metade rio,
E é metade erinlé, a metade mato.
Suas metades nunca podem se encontrar
E ele habita num tempo o rio e noutro tempo habita o mato.
Com o ofá, arco e flecha que herdou do pai, ele caça.
No abebé, espelho que recebeu da mãe, ele se admira.


OXUM


Na Nigéria, mais precisamente em Ijesá, Ijebu e Osogbó, corre calmamente o rio Oxum, a morada da mais bela Iyabá, a rainha de todas as riquezas, a protectora das crianças, a mãe da doçura e da benevolência.
Generosa e digna, Oxum é a rainha de todos os rios e cachoeiras. Vaidosa, é a mais importante entre as mulheres da cidade, a Ialodê. É a dona da fecundidade das mulheres, a dona do grande poder feminino.
Oxum é a deusa mais bela e mais sensual do Candomblé. É a própria vaidade, dengosa e formosa, paciente e bondosa, mãe que amamenta e ama. Um de seus oriquis, visto com mais atenção, revela o zelo de Oxum com seus filhos:
O primeiro filho de Oxum chama-se Ide, é uma verdadeira jóia, uma argola de cobre que todos os iniciados de Oxum devem colocar nos seus braços.
Oxum não vê defeitos nos seus filhos, não vê sujidade. Os seus filhos, para ela, são verdadeiras jóias, e ela só consegue ver seu brilho.
É por isso que Oxum é a mãe das crianças, seres inocentes e sem maldade, zelando por elas desde o ventre até que adquiram a sua independência.
Seus filhos, melhor, as suas jóias, são a sua maior riqueza.

Arquétipos  dos filhos de Oxum

Dão muito valor à opinião pública, fazem qualquer coisa para não chocá-la, preferindo contornar as suas diferenças com habilidade e diplomacia. São obstinadas na procura dos seus objectivos.
Oxum é o arquétipo daqueles que agem com estratégia, que jamais esquecem as suas finalidades; atrás da sua imagem doce esconde-se uma forte determinação e um grande desejo de ascensão social.
Têm uma certa tendência para engordar, a imagem do gordinho risonho e bem-humorado combina com eles. Gostam de festas, vida social e de outros prazeres que a vida lhes possa oferecer. Tendem a uma vida sexual intensa, mas com muita discrição, pois detestam escândalos.
Não se desesperam por paixões impossíveis, por mais que gostem de uma pessoa, o seu amor-próprio é muito maior. Eles são narcisistas demais para gostar muito de alguém.
Graça, vaidade, elegância, uma certa preguiça, charme e beleza definem os filhos de Oxum, que gostam de jóias, perfumes, roupas vistosas e de tudo que é bom e caro.
O lado espiritual dos filhos de Oxum é bastante aguçado. Talvez por isso, algumas das maiores Yalorixás da história do Candomblé, tenham sido ou sejam de Oxum.

  

LISSÁ


Deus daomeana representada como gêmeos: duplo masculino e feminino. Divindade dupla intitulada “Dada Segbô” (Grande Pai Espirito Vital), Sé-Medô  (principio da existência) e Gbé-Dotó (Criador da Vida). Representa a noite, a lua, a terra e o subterrâneo. É a divindade criadora de todos os Voduns.
Lisa, o lado masculino da divindade; é o pai e ancestral de todos os outros Voduns, mas tradicionalmente está em segundo plano com relação à Mawu, que representa o sol, o firmamento. Seu símbolo é um camaleão com o sol na boca.
Mawu é o lado da divindade que representa o frescor da vida e seus prazeres enquanto Lisa é o lado responsável, do trabalho, seriedade e determinação.
A cor de Lisa é o branco, por isso seus Vodunsis devem sempre andar de branco. Recebe oferendas, sacrifícios e alimentos de cor branca. É considerado um “Ji-Vodun”, que na tradição africana é um Vodun de origem Nagô. Ao final da iniciação, seus Vodunsis são chamados de “Anagonu”.
Mawu é uma divindade carinhosa; diz um provérbio: “Lisa pune, Mawu perdoa”. O povo Fon do Benin a cultua como uma deusa lunar. Segundo a mitologia Jeje, todos os seres humanos são seus filhos, pois ela criou o mundo (relação com Olorun, o Orixá dos yorubás que representa o criador de todas as coisas).
Antes de aparecerem, Mawu e Lisa chamaram seus filhos e os enviaram a Terra como os primeiros habitantes. Por isso o povo Fon acredita que todos os homens são Voduns. Mawu e Lisa só se encontram quando ocorre um eclipse, e nessa ocasião fazem amor, gerando mais Voduns para ajudar os homens. Alguns pequisadores afirmam ser uma divindade de origem Nagô, relacionada a Oxalá. Assim como Oxalufan e Oxaguian no panteão Yorubá, existem dois tipos de Lisa –o velho e o novo.
 

NÃNA


istem vários Voduns da linhagem de Nanã Buruku, que são feitos nos iniciados. Todos esses Voduns seguem a tradição de Nanã Buruku e são tão exigentes quanto Ela.
Para  iniciar um processo de feitura de uma Nanã, é exigido a abstinência de sexo, bebidas alcoolicas e outros prazeres carnais, pelo menos dois meses antes (na África são exigidos 3 meses), de todos que irão participar do processo de renascimento do iniciado.  Nesse período, são feitos vários ebós no iniciado e alguns poucos nos participantes e na casa de santo.
A bogami (bôgâmi - menstruação) é outro beko de Nanã.  Se durante o processo de iniciação a vodunsi ficar menstruada, deve ser afastada imediatamente de Nanã e ficar reclusa em um lugar especial, fora do templo, até que cesse esse período.
Na África as mulheres menstruada são proibidas de entrar no Templo de Nanã ou de participar de qualquer preceito, seja de rituais ou simplesmente fazer uma comida de santo.  Nanã diz que a bogami é um sangue impuro e aconselha as mulheres não cozinharem para seus maridos nesse período.
Por ter muita ligação com egungum é necessário saber tratar muito bem de Buku, entidade assistente de Nanã e Sakpata. Em uma feitura, não é permitido a sua presença, mas, ele deve ficar aposto, sua função será tomar conta de todos, para que nenhuma exigência da Grande Mãe seja desobedecida, principalmente a abstinência de sexo.
Assim como Buku, Legba Aghamasa (agramassá) devem ser tratados corretamente para garantir a paz, tranqüilidade e segurança nos rituais e preceitos.  Ebós e oferendas específicas devem ser feitos para essas duas entidades.
Os ancestrais dos Voduns, do iniciado, dos participantes e da casa de santo não podem ser esquecidos em hipótese alguma!
Antes, durante e depois da iniciação de uma Nanã devemos fazer muitos ebós, oferendas e preceitos.  Uma Nanã bem feita é caminho de prosperidade e crescimento para a casa de santo, do iniciado e dos participantes.
De acordo com a Vodum Nanã que está sento feita ou cultuada é que se determina, se comerá bichos macho ou fêmea.  Existem Voduns dessa linhagem que não comem bicho de quatro pés, outros preferem comer somente o Igby.  Nanã Buruku, por exemplo, não gosta de muito kun (sangue)
Vários textos têm sido publicados, citando o carneiro como o bicho oferecido a Nanã, mas, se observarmos as fotos que acompanham esses texto, veremos que se trata de cabra e cabritos.  O sacrifício de carneiro é o maior beko (kisila) de Nanã. Para essa Vodum, o carneiro é um bicho sagrado e não deve ser sacrificado.
O não uso da faca e outros metais nos nahunos e preceitos de Nanã devem-se ao fato de Ela ser muito mais velha que esses metais.  Por seu caráter conservador, quando o ferro e outros metais apareceram, ela preferiu manter o que já conhecia em seus ritos.
Vejamos abaixo alguns dos Voduns da linhagem de Buruku. e algumas curiosidade ligadas a Grande Mãe.
Nanã Densu ou apenas Densu – Segundo os Fons esse Vodum é um deus andrógino e seria o lado macho ou marido de Buruku. É muito cultuado nos rituais de Mami Wata onde é considerado o maior de todos os deuses, os Fons o compara a Olokun.
Muitos antropólogos têm atribuído erronêamente Densu a um deus hindu, devido seus fetíches e assentamentos apresentarem três cabeças.
Esse Vodum é muito rico e farto. Costuma presentear seus adeptos com suas riquezas.
Não é feito na cabeça de ninguém.
Nanã Asuo Gyebi (assuô giêbi) – Vodum masculino velho, que habita os rios. Muito popular em Ghana e tido como o protetor das crianças africanas que foram escravizadas.  Esse Vodum pediu aos seus sacerdotes que o levasse para os países onde os africanos foram escravizados afim de que pudesse resgatar suas crianças.  Ele já foi assentado em templos de Akonedi nos Estados Unidos e no Canadá.
Nanã Esi Ketewa (êssi quetêuá) – Vodum feminina muito velha, cultuada em Ghana, Cotonou e Allada.  Dizem os mais velhos que essa Vodum morreu de parto e que por isso a missão dela é proteger e tratar as mulheres grávidas assim como seus filhos
Nanã Adade Kofi (adadê côfi) – Vodum masculino, tem a função de proteger e defender todos os templos de Nanã. É um Vodum guerreiro, ligado ao ferro e outros metais. Cultuado em Ghana, Allada, Cotonou, Porto Novo, etc.  É o Vodum da força e perseverança.  Sua espada é usada pelos adeptos de Nanã, para prestarem juramentos de obediência, submissão e devoção a Grande Mãe.
Nanã Tegahe (têgarê) – Vodum feminina jovem, cultuada em Ghana.  Tem o poder de tirar feitíços das pessoas e lugares. Tem grande conhecimento no uso terapêuticos e ritualísticos das ervas. Muito alegre e faceira, gosta de dançar e cantar, mas fica muito séria e aborrecida quando encontra malfeitores e ladrões; ela os mata.
Nanã Obo Kwesi (obó cuêssi) – Vodum feminina guerreira, cultuada na região Fanti em Ghana.  Protege e ajuda os  kuhatô (pobres) e os azon (doentes).  Detesta quem faz aze (azê - bruxarias) ou qualquer mau a um ser humano.
Nanã Tongo ou Nanã Wango (tongô/uangô) – Vodum feminina, cultuada em Togo.   Grande curandeira, trata das pessoas com ervas, ebós e gri-gris.  É uma grande Azeto (azétó - feiticeira) e seu culto talvez seja um dos mais complexo.  Em seus nahunos, os sacerdotes prostam-se no chão ao lado dos bichos mortos e fingem estarem mortos também, assim permanecem até que Wango incorpore em um deles e os ressuscite. Todos levantam, os bicho são suspensos e preparados.
Nanã Tongo dança com muita alegria, vestida em suas roupas confeccionadas com as peles dos bichos sacrificados para ela.  Seus adeptos costumam presentear Wango com muitas jóias, enfeites, roupas e talismãs que a agradam.  Antes de começar os nahunos para Wango, corujas são atadas às árvores. 

Nanã Akonedi Abena – Vodum feminina jovem, cultuada em diversas partes da África. Seu principal templo fica em Later, cidade de Ghana. Quando Akonedi chega ela percorre a vila, esconde-se em arbustos e sobe em telhados à procura de feitíços, feiticeiros e malfeitores. Atende os moradores locais, fazendo libações e curando os doentes. Em Ghana é considerada a Deusa da Justiça
Seu corpo é coberto com um pó branco sagrado, usa saia de palha, seu rosto é descoberto, na cabeça usa um torço, no corpo muitos brajás e nas mãos trás um feixe de lenha.
Sua dança é selvagem e desenvolve-se dentro de um quadrado divino, dividido em outros quadrados menores feito com riscos do mesmo pó que cobre seu corpo. Esse conjunto de quadrado também é usado por suas sacerdotisas durante as danças.
Seu assentamento fica em um buraco dentro da terra, ficando somente a tampa deste aparecendo.
Os sacerdote e adeptos de Akonedi carregam-na nos ombros numa espécie de desfile, para que todos possam admirar e louvar a grande deusa da Justiça. Terça-feira é o dia consagrado a essa Vodum.
O Culto de Akonedi foi levado para alguns países, a pedido dos governantes desses.  Quem levou o culto de Akonedi para o novo mundo foi a maior autoridade religiosa do culto, Nanã Oparebea Akua Okomfohemma, falecida em 1995.
Mmoetea – Aldeia de pigmeus que vivem nas florestas de Ghana.  Formam uma sociedade secreta especializada no uso das ervas para diversos fins.  Desenvolveram a capacidade de curar qualquer doença física, mental e espiritual.  Trabalham com os espíritos da natureza e seu maior deus é Nanã.  Os espíritos da floresta deram aos Mmoeta o poder de ler a mente dos homens e dos animais. São grandes curandeiros e poderosos feiticeiros.
Buku – Assistente de Nanã e Sakpata que mata os doentes infectados pela varíola.  “Toma conta e presta conta” do comportamento moral das pessoas durante os cultos de Nanã e Sakpata.
Legba Aghamasa – Vodum Legba masculino, reina nos portais da morte onde reside Nanã Buruku.
Odom – Bolsa feita com pele de cabra não curtida, enfeitada com búzios, penas e sangue. Nessa bolsa são colocados os gris-gris venenoso e não venenoso que decidem
Falar ou escrever sobre Nanã é uma tarefa das mais difíceis, pois são tantas as história a ser contadas, que somente um livro poderia caber.
Todos os adeptos do Culto Vodum, devem prestar muita reverência a Nanã. Em seus cânticos e danças devemos nos alegrar e nos sentirmos honrados em poder, aqui no Brasil, participar dessa parte que na África é reservada somente aos seus sacerdotes e sacerdotisas.

  

ALGUNS VODUNS DAS ÁGUAS


Voduns das águas

Voduns das Águas Oceânicas
 
    O oceano abriga uma variedade imensa de entidades, dentre estas, encontramos muitos Voduns masculinos e femininas.
     Para falarmos sobre as Naês (mães) que habitam o oceano, torna-se necessário falarmos dos Voduns masculinos que moram com elas.
    Para os adeptos do culto Vodum o oceano é o grande Hu-Non (ru-nom), considerado o maior de todos os Voduns.
   Naete (naêtê) e seu esposo Vodum Hou (rou)  são os deuses  que reinam esse universo oceânico.  Enquanto Naete fica nas águas calmas, Vodum Hou desbrava todas as regiões e dá a cada Vodum suas tarefas.
 Naete (naêtê) -  Vodum feminino do panteão do trovão que habita as águas calmas antes da arrebentação, esposa de Vodum Hou.
 Hou (rou)  -  Vodum masculino do panteão do trovão casado com Naetê, pai de Aveheketi, trindade muito cultuada e honrada nos templos do Trovão.  Sua morada são as volutas bramantes das ondas que arrebentam no litoral. 
     Cada Vodum habita uma região do oceano e têm uma função.  Assim vamos encontrar:
Vodum Nate (natê) - Vodum do panteão do trovão que habita o mar. Adorado pelos pescadores e por todos que trabalham no mar. É o grande guardião que habita em todo o oceano, mar e praias.
Sayo (saíô) - Vodum feminina do pan­teão do trovão, irmã de Avhekete. Ha­bita as ondas do mar que fazem o nível do oceano subir. Considerada como uma sereia
Vodum Tokpodun (tópôdum) -  Vodum feminina, deusa do rio.  Seu frescor traz claridade para as cabeças e sua tran­qüilidade traz a paz.  Símbolo de beleza, feminilidade, fertilidade, graça e caráter.  Filha de Naete deusa do oce­ano, irmã de Avhekete. Foi expulsa do oceano por seus irmãos por seu caráter forte indo então, morar no rio.
Vodum Tchahe (tchárrê) -  Vodum feminina do panteão do trovão, irmã de Avhekete. Habita o marulhar das ondas das águas oceânicas.
Vodum Agboê (abôê) -  Vodum masculino do panteão do trovão, filho de Saho. Rea­liza tudo através de um talismã que preparou junto com seu pai. Dança com muito vigor, gira em torno de si mesmo e transforma–se na água que é Hu, o mar.  Depois disso sai e pede a uma vodunsi que recolha água do mar, coloque em um ponte e a esquente.  O resultado disso é o huladje, o sal.
Vodum Avehekete (averequéte) - Vodum masculino do panteão do trovão,muito agitado, habita a arrebentação marinha. É quem leva as men­sagens de seu pai, Vodum Hou,  às di­vindades marítimas e aos homens. Costuma  roubas as chaves de sua mãe para da-las aos homens.  
Voduns gêmeos Dôtsê e Saho (dôtissê e Sarrô) - Dôtse  nasceu à noite e Saho de manhã.  Ela tem um olho em um lado da terra e Saho no outro lado.  Considerados os Voduns que olham o mundo. Panteão  do trovão, habitam sobre o mar.
Vodum Yedomekwe (iêdômêqüê) - Vodum feminina que faz chover. Habita na evaporação das águas oceânicas.
Goheji (gôrêji) - Vodum jovem muito alegre e falante,  habita o encontro das águas das lagoas com o mar. Essa mãe gosta muito de passear pelas lagoas e lagos misturando-se com os patos d´água em seu bailado e fica muito aborrecida se algum caçador mata ou fere uma dessas aves.  Veste roupas azul, verde água, prateado com rosa clarinho ou azul.  Gosta de adornos prateados, pérolas e perfumes suave.  Pertence ao panteão da terra. Quando Goreji resolve passear em águas oceânicas, os cavalos marinhos que a adoram ficam ao seu dispor para transportá-la e passear com ela. Em seu assentamento podemos colocar bonecas coloridas e outros brinquedos de menina.
Vodum Aboto -  habita as águas doces profundas que desembocam no mar.  É sempre confundida tanto como Oxum quanto como Yemanja. Uma das Voduns mais velha do panteão da terra. Veste branco, branco com amarelo, amarelo clarinho, suas contas são amarelo pálido. Gosta de adornos dourados e perfume.  Não gosta de muito barulho perto dela. Fica fascinada com o barulho dos búzios em movimento com as águas e faz desses seu oráculo. 
Os gêmeos Dazodje (dázôdjê) e Nyohuewe Ananu (niôrruêuê ananú) - habitam nas riquezas depositadas no fundo do mar e são considerados os Voduns da Riqueza. Não são feitos na cabeça de ninguém.
 Erzulie (erzúliê) -  Vodum feminino que  habita o reino abissal, pertence ao panteão da terra. É considerada a mãe de Agué e Olokwe.  Essa Vodum também é conhecida como Erzulie-Dantor, poderosa conhecedora da alta magia. Dizem os bakonos que ela se assemelha a Netuno, pois está sempre tentando levar toda a humanidade para habitar o oceano. Ela diz que todos os humanos têm a capacidade dos anfíbios e que todos se originaram do fundo do mar.  Alguns acreditam que é um Vodum andrógino. Em momento de afogamento devemos chamar por Vodum Abe (abê) e Vodum Sayo para que essas convençam Erzulie que nosso lugar é na terra.
Oulisa (oulissá) -  Vodum masculino que habita as águas claras e frias do oceano. Esse Vodum é sempre muito confundido com Lisa (lissá) ou Oxala.  Veste branco com detalhes prateado ou dourado. É um Guerreiro dos Mares. Panteão da terra.
Abe (abê) - Vodum feminina irmã de Bade, panteão do trovão. Habita as águas revoltas do oceano. Sempre que acontece um naufrágio é ela junto com Vodum Sayo que tentam salvar os náufragos. Considerada uma das mais velhas mães do mar, sempre substitui Naete, quando essa precisa se ausentar do reino. Noche Abe é considerada a palmatória do mundo, cabe a ela  mostrar as verdades e não deixar que essas sumam nas águas, dizem os antigos que o ditado “A verdade sempre anda sobre as águas, nunca afunda, um dia ela aparecerá na praia”  foi dito por Abe. Assim como Erzulie, Abe é conhecedora de alta magia.  Veste branco, azul muito clarinho. 
Existe uma grande confusão entre o nome desta Vodum com as Voduns  Abe Huno (abé runô), Abe Gelede (abé geledê), Abe Afefe (abé afêfê) que são Voduns guerreiras dos raios, tempestades e ventos.
Naê Aziri - Vodum das águas doces que muito se assemelha ao Orixa Oxum. Panteão da terra.  Essa Vodum é muito confundida com a Vodum Azihi-Tobosi (aziri-tobossi) que habita o alto mar e é a protetora de todas as embarcações que navegam no oceano.  
Afrekete (afrequéte) -  é a mais jovem e mimada Vodum do panteão do trovão, habita em todo o oceano.  Junto com Nate(natê) desempenha o papel de Legba, guardando os mares. Protege os pescadores  e pune todos aqueles que insultam os deuses e habitantes do mar.  Quando vê uma embarcação pirata, agita as águas para que essa naufrague e após esse, entrega todo o tesouro encontrado aos Voduns da riqueza e os mortos à Abe Gelede (abé).
Aouanga (auangá)  -  Vodum masculino do panteão do trovão, irmão de Avehekete. Habita as lagunas marinha. Suas águas engolem os ladrões.
Agoen (agôêm)  -  Vodum filho de Saho, reina na areia branca que cobre o chão das praias e oceanos.

Todos os voduns comem amió, que se faz cozinhando feijões pretos até ficarem secos, bem grudados, para serem comidos com rodelas de cebola e muito azeite.
Agwe (agüê) - Vodum  feminina do panteão da terra que habita sobre as águas oceânicas. Muito afetuosa, está sempre atenta as necessidade alimentares do homem e os ajuda a prover sua mesa, usando sua arma principal, a dam (rede).
 São tantos os Voduns que habitam as águas oceânicas que torna-se impraticável descrever todos aqui nesse espaço.
     Temos em nosso culto uma linda cerimônia denominada GOZIN (gozim) onde fazemos oferendas à todas as divindades que habitam as águas.  É um momento muito sublime, de uma energia indescritível.  Quando “gritamos” Agoki-Agoka (agôqui-agôcá) podemos perceber a chegada de cada um deles.
 
    Não poderia deixar de citar o mito do monstro marinho Mokele-Mbenbe (môquêlêbêmbê), animal do tamanho de um elefante, um pescoço longo, um único chifre e uma enorme calda envolada que ataca as embarcações.  Muito temido e respeitado em todo o Dahomey até os dias de hoje.   
 
Aziri é um vodun das águas doces e salgadas, normalmente confudido com o Orixá Oxum, porém é um vodun e não um Orixá e possui características diferentes.
Aziri é um vodun feminino do panteão das águas, é a grande Mãe do culto Djedjí Mahi (jeje mahi), também conhecido como Aziri Tobosi.

 

TOHOSSOU


Vodum Protetor dos Deficientes Físicos e Mentais

No período da escravidão , muitos dahomeanos,(hoje Benin)foram levados par o novo mundo e com eles a cultura e o culto dos Voduns. Por séculos, em todo o mundo, as crianças nascidas em circunstâncias especiais, eram mortas pois eram segregadas e rotuladas como seres de mau agouro, diabos ou que perpetuavam a miséria e o sofrimento de suas famílias, tornando-se assim, um estôrvo para seus pais. Eles eram assassinados, conforme estabelecido pelo grupo, para serem poupados de uma vida com olhares fixos e rejeições sociais.
Não havia nenhuma recompensa em sacrificar uma vida familiar cuidando dessas crianças carregadas de circunstâncias tão especiais.
Esta situação também estava presente na cultura dahomeana, até que um Vodum especial, nomeou Tohossou para encarregar-se de mudar essa situação.
Os Tohossous são congregados de antepassados reais que surgiram durante o reinado do Rei Akaba, o segundo rei do Dahomey (1685-1708). Eram conhecidos como “as crianças e o guardião dos três rios”, um lugar onde todos os antepassados viviam, e todos que morriam passavam a viver neste sagrado reino subaquático.
Este Tohossou foi considerado muito poderoso e, freqüentemente, era chamado para batalhas quando tudo já havia falhado, pois era um vencedor certo com uma rajada de sua poderosa espada.
Tohossou é agrupado com o “Neusewe” dahomeano, grupo da maioria dos mais antigos antepassados, hoje conhecido como “Loko”.
A primeira criança nascida com má formação física e a fazer parte desse grupo foi Zomadonu, filho mais velho Acoicinacaba.
Zomadonu é quem comanda este poderoso grupo de Trowo (espíritos ancestrais) . Para este grupo eram feitos sacrifícios e honras especiais.
Infelizmente, foi durante o reinado do rei Glele que deu-se a maior perseguição às famílias dessas crianças. Elas eram sacrificadas afim de poupar o reinado e suas famílias.
O mais significativo, é que esses antepassados reais eram, freqüentemente, ignorados e negligenciados pelos próprios reis. Muitas tentativas foram feitas por esses antepassados para atrairem a atenção dos reis em incentivá-los a dar-lhes as homenagens como era a tradição, mas os reis se recusavam veementemente, então esses antepassados se tornaram enfurecidos. Um dia, irritados, desceram na corte real, nos corpos dos adultos fisicamente mal formados e começaram a destruição, a devastação e a exalarem um cheiro forte e desagradável e, acima de tudo, muita confusão e desespero, destruindo a corte e vilas inteiras.
Imediatamente o rei chamou os bakonons de Fa para verificarem qual era o problema e o que poderia ser feito para acalmar esses espíritos poderosos e irritados.
Após um consulta cuidadosa, Tohossou começou a falar. Além de exigirem que todos os reis erguessem um santuário ao Vodum maior, Zomadonu, para que eles lhes pagassem as devidas homenagens, exigiram também que a repercussão da “fama” que os física e mentalmente abalados tinham fosse cessada. Declarou ainda que daquele momento em diante eles eram os seus guardiões protetores. Por último, propôs que, aqueles que nascessem naquelas condições, suas famílias deveriam erguer um pequeno santuário em suas casas e, os que assim fizessem, seriam recompensados e abençoados com prosperidades especiais.
Hoje, no Benin e em Togo, as crianças que nascem com má formação física ou deficiências mental têm uma cerimônia especial e, em suas casas, um pequeno altar é consegrado aos Tohossous.
Assim, em vez de trazerem desgraças financeira e emocional às suas famílias, trazem bençãos.
Aqueles que ficam incapacitados devido a idade, ferimentos ou doenças, também ficam sob a proteção dos Tohossous.

 

LOKO


Também chamado de Atinmé-vodun (o vodun dentro da árvore), representa o primeiro ser sagrado do mundo, por isso considerado o primogênito de Mawu e Lissá, muito embora Sakpata  seja muitas reconhecido com esta atribuição. Loko é cultuado em toda parte, tanto pode ser um Ji-vodun, como um Ayi-vodun, assim como também Tô-vodun e Henu-vodun. Os voduncis de Loko que são chamados deLokosi em muitos casos têm os cabelos raspados apenas na metade esquerda do crânio, e levam nas costas a atchina.
Os Atinmé-vodun podem habitar diferentes espécies de árvores, mas suas favoritas são mesmo o lokotin . Ficus doliaria, a gameleira, no Brasil ; ( Ficus doliaria, a gameleira, no Brasil: Chlorophora excelsa, na África) eo Huntin ( Ceiba petandra, conhecida no Brasil como sumaúma de várzea ), mas pode também eleger outras como o detin (Elaeis guineensis, o dendezeiro), o kpentin ( Carica papaya, o mamoeiro), etc.

a árvore, representa. tanto o vodun Loko como o orixá Iroko, tem suas horas de serem tratados e não gostam de muito movimento, pois tem horas que em seus galhos estão eguns, outra é  as terriveis yamins, e outra os orixás/voduns.
por isso não se passa altas horas da noite junto destas árvores, não é qualquer hora que se pode colher suas folhas, e se um pássaro estiver em seus galhos não pode ser caçado. como qualquer perseguido que se refugiar junto a estas árvores, ali eles não podem ser capturados.
para aplacar este orixá tem que se deixar junto um quartilhão de água, que só é completada de tantos em tantos dias e no tronco da árvore se prende um ojá branco.

HEVIOSSO

Heviosso O “Vodun do Céu“. Da família dos “ji-Vodun”, manifesta-se como raio e trovão. É o vodun da justiça, que castiga ladrões, mentirosos e malfeitores. Seus símbolos são o “Sô-Kpé” (pedra de raio) e sosssiovi (machado de um lamina). São considerados filhos de Heviosso os Voduns Segbô, Aklondé e Aulékété.Seu culto se originou no território de Hwedá, cidade de Hevié vem daí seu nome: Hevié-So (o trovão de Hevié). Com o tempo foi incorporando outras divindades do trovão, como Gibamé-So, do território de Mahi e Ajakata, de origem Yourubá, que foram identificados como “Filhos de Heviosso”.Os iniciados a Heviosso trazem no rosto marcas de queimaduras e tatuagens, feitas durante a iniciação com cinzas de certas substancias. Usam também uma gargantilha de algodão chamada de “hunkan” e um colar de contas vermelhas de doze fios.É uma divindade muito severa que pode até tornar violenta na defesa dos interesses da Justiça Divina. Os filhos desse Vodun recebem dele proteção espiritual, mas também pode ser por ele punidos, se cometerem algum erro. Na tradicional cultura Fon, se uma pessoa morre punida por Heviosso, não é enterrada imediatamente. O corpo é exposto em frente ao templo e todos lhe oferecem presentes. Em cerimônia, o sacerdote toca o corpo com a mão direita varias vezes e a leva à boca, como se estivesse “comendo” ritualmente. Depois, recolhe os presentes para dentro do templo e joga sobre o corpo substâncias calmante. Terminado esse ritual, a família pode levar o corpo para o funeral, que costuma durar vários dias.Na família de Sogbô, Vodum feminino que é considerado a mãe de todos os Voduns “So”, encontra-se uma grande variedade de divindades que possuem ligações com outras famílias - a família dos Voduns do mar é uma delas.

VODUN JÓ


Ligadas as tempestades, raios, furacões, redemoinhos, ciclones, tufões, maremotos, erupções vulcânicas, aos ancestrais e a guerra, todas as Voduns guerreiras são conhecidas como Aveji da. Até mesmo Oya dos yorubanos, é assim denominada em território daometano.

     Erroneamente, no Brasil, algumas pessoas feita de Oya se intitulam filhas de Vodum Jò. Digo erroneamente porque Oya é um Orixá yorubano e Vodum Jò é um ToVodum do panteão de Aveji-da, assim como Jò Massahundo também.

      Aveji-da é o Deus/Deusa das tempestades e dos ventos.

    Podemos encontrar as Aveji-da tanto na família Dambirà quanto na família Heviosso.

     As Aveji-da, da família Dambirà estão ligadas diretamente ao cultos dos akututos, sendo que cada uma tem sua função. Algumas reinam na fronteira do djenukom com o aikungúmã, outras nos ekúchomê, outras no hou, ôtan e tódôum., outras em humahuan, outras junto com Naê Nana, outras junto aos kpame e “possuídos” - essas, “talvez”, sejam as que mais trabalham (opinião minha) - outras se encarregam, junto com Exu, de levar os ebós e pedidos feitos pelo povo encarnado e desencarnados, a quem de direito e tentam trazer as soluções para cada um - normalmente conseguem.  Enfim, é uma infinidade de atribuições que essas Voduns têm, todas sempre em prol daqueles que pedem e precisam do auxílio delas, sejam encarnados ou desencarnados.

     Todas essas Voduns, são temidas e respeitadas por akututòs. Elas têm todos os poderes sobre o reino dos mortos e junto com Sakpata e Nae Nana, controlam a vida e a morte.

     As  Aveji-da da família Heviosso, estão mais ligadas aos fenômenos da natureza, como o furacão, ciclone, maremotos, erupções vulcânicas, etc. onde os eguns recém desencarnados nesses fenômeno são encaminhados imediatamente por elas as Guerreiras dos cultos de akututòs, pois Heviosso e demais Sobos não abrem suas portas para ekùs, dessa forma o trabalho delas tem que ser rápido e eficiente, para não contrariar o grande Heviosso.

     Contam os velhos Vodunos e Bakonos que a fúria de Aveji-da e de Heviosso contra as heresias humanas é que provocam esses fenômeno onde muitos sucumbem. Nessas ocasiões é que devemos recorrer a Velha Vodum Guerreira  que com sua sabedoria e magia sabe aplacar a fúria dos deuses e acalma-los.

     Essa Velha Vodum Guerreira mora junto com as demais Yamis e todas as Aveji-da prestam culto a mesma e tomam seus conselhos e usam sua magia quando precisam. Ela é um velha Aveji-da que se esconde nas sombras e adora a noite. Os pássaros são seu encanto. Junto com Ágüe visita os kwes em sua rondam noturna e se encontrar demandas ela  ai se detem nos para ajudar ou cobrar.  A fúria dessa Vodum destrói os inimigos e fecha um kwe. Dificilmente um kwe fechado por ela consegue se reerguer. Somente através de Baba Egum se consegue chegar a ela para aplacar sua fúria.

     As Aveji-da são mulheres muito vaidosas, gostam do belo, adoram a natureza, apreciam quando suas filhas imitam suas vaidades. São todas muito vaidosas e autoritárias, não gostam de receber ordem de ninguém principalmente dos homens, mas quando fazem suas vontades e caprichos tornam-se dócies e carinhosas. São muito maternais, perdoam com facilidade seus filhos e os defende com toda a garra de guerreiras. Gostam de disputar com os Voduns Guerreiros quem luta melhor e esses sempre acabam cedendo aos encantos dessas mulheres que os encantam com sua magia e beleza.

     As Aveji-da comem cabra ou cabrito, galinha, galo, d’angola, pombo e outros bichos. Gostam de abara, acarajé, alapadá, quiabada, inhame, peixe, acarajés recheado com quiabo - existe um infinidade de comidas para elas -

     Seus apetrechos são o erugim, adaga, espada de lança curta com a ponta em forma de meia lua, faca, chicote, chifre de búfalo e de boi, fogareiro de ferro, abano de palha, abano confeccionado em tecidos finos ou pena (leque), abanos confeccionados em madeira, bonecas(fetiche), maruo… Usam todas as cores em suas vestimentas. Seus colares ou fios de conta são das mais variadas cores e formato. Gostam de todos os metais, sendo que o ferro, o cobre e a prata são seus preferidos.

     Vale ressaltar que a confecção de apetrechos,vestimentas e fios de contas são determinados pelas próprias Voduns, portanto não existe uma “receita” para esses itens.

     As Oyas feitas dentro do culto de Voduns aderem todas as características das nativas, porém recebem também o que lhes são de direito dentro de suas origens. 

Vodun Jó é representado pela figura sábia que, junto com Akovodun, ensinou os seres humanos a respirar. Seu dia consagrado é a segunda-feira, ideal para magia imediata.
Características do Vodun:
Vodun Jó é o Vodun dos ventos e tempestades. Seus filhos são dinâmicos, enérgicos e temperamentais. Usa o ganje (pequena lança) e heso (braceletes de ferro). , que favorece os negócios. Sua evocação é “Vodunjó Honzon Dogbé!” (Vodun Jó, conceda-nos o ar da vida!).


Caracteristicas de seus filhos:
Para os filhos de Vodunjó, viver é uma grande aventura. Enfrentar os riscos e desafios da vida são os prazeres dessas pessoas, tudo para elas é festa. Escolhem seus caminhos mais por paixão do que por reflexão. Em vez de ficar em casa, vão a luta e conquistam o que desejam.
São pessoas atiradas, extrovertidas e diretas, que jamais escondem seus sentimentos, seja de felicidade, seja de tristeza. Entregam-se a súbitas paixões e de repente esquecem, partem para outra, e o antigo parceiro é como se nunca tivesse existido. Isso não é prova de promiscuidade, pelo contrário, são extremamente fiéis à pessoa que amam, mas só enquanto amam.
Essas pessoas tendem a ser autoritárias e possessivas; seu gênio muda repentinamente sem que ninguém esteja preparado para essas guinadas. Os relacionamentos longos só acontecem quando controlam seus impulsos, aí, são capazes de viver para o resto da vida ao lado da mesma pessoa, que deve permitir que se tornem os senhores da situação.
Os filhos de Vodunjó, na condição de amigos, revelam-se pessoas confiáveis, mas cuidado, os mais prudentes, no entanto, não ousariam lhe confiar um segredo, pois, se mais tarde acontecer uma desavença, um filho de Vodunjó não pensará antes de usar tudo que lhe foi contado como arma.
Seu comportamento pode ser explosivo, como uma tempestade, ou calmo, como uma brisa de fim de tarde. Só uma coisa o tira do sério: mexer com um filho seu é o mesmo que comprar uma briga de morte: batem em qualquer um, crescem no corpo e na raiva, matam se for preciso.